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    São João Calábria visita-nos com o seu relógio

    Colocando a mão no relógio para ver as horas, desencadeava nele um pensamento para a eternidade, a Deus e ao propósito para o qual este tempo nos foi dado, para santificação da vida!

    Notícias

    24.07.2023 17:22:45 | 6 minutos de leitura

    São João Calábria visita-nos com o seu relógio

    A escolha do relógio de São João Calábria como objeto significativo é estranha, porque padre Calábria não gostava de relógios.  Nem queria vê-los usados pelos religiosos! Isto pode ser entendido contextualizando esta visão no seu tempo: naquela altura, manter o relógio era um sinal de riqueza e refinamento, certamente não coerente com o estilo de vida dos religiosos. 

    Era um costume da época, gravar nos relógios o lema latino "ruit hora", ou seja, a hora se quebra, o tempo aparece inexoravelmente, não para, passa. Implicitamente um convite para usar bem o próprio tempo, sem desperdiçá-lo em coisas inúteis ou fúteis. 

    Não é, portanto, apenas dos nossos dias lutar com o tempo que corre, mas São João Calábria tinha uma maneira muito original de ler o relógio.  Colocando a mão no relógio para ver as horas, desencadeava nele um pensamento para a eternidade, a Deus e ao propósito para o qual este tempo nos foi dado, para santificação da vida! 
     
    São João Calábria fala-nos com o seu relógio 
     
    Se este relógio pudesse falar, dir-nos-ia quantas vezes ouviu Padre Calábria falar, sobre o tempo, não só do futuro, mas do presente!  

    Seria errado pensar que manter os olhos continuamente na vida eterna, no paraíso, no que virá um dia significa escolher sofrer hoje para receber uma recompensa pelos nossos sofrimentos amanhã. O pensamento de São João Calábria foi um contínuo chamamento ao presente, e usa precisamente a expressão "coordenar a vida presente com a vida futura". Hoje podemos desfrutar de todos os dons que Deus nos dá, se tivermos este olhar coordenado, com o objetivo de nunca perder de vista a bondade de Deus por nós. 

    Esta forma de ver (lembra-se dos óculos?) também muda o valor que damos ao tempo, o que se torna uma oportunidade para preencher cada momento com boas obras, que mostram a beleza da vida com Deus.   

    O acento, portanto, não é sobre "sacrifício", sobre a perda, mas sobre "beleza", sobre o preenchimento de significado que toda a vida presente assume. 

    Vamos tentar nos sincronizar com ele? 

    Olhar para o relógio e perguntar se o nosso tempo tem este maravilhoso significado... preencher com louvores e bênçãos o tempo para torná-lo eternamente feliz… aprender a desfrutar de uma felicidade que começa... agora! 

    DOS ESCRITOS DE SÃO JOÃO CALABRIA  
     
    Coordenar a vida presente com a vida futura; pensar e falar frequentemente da alma, da eternidade, do Paraíso, do inferno; julgar as coisas e acontecimentos à luz dos princípios sobrenaturais; ver tudo em Deus e Deus em tudo, no fio de erva, numa flor, num fruto, em cada criatura, seja ela pequena ou grande, reconhecendo a infinita potência, sabedoria e bondade de Deus, que é grande nas coisas grandes e máximo nas coisas mínimas. 

    Esse, meus queridos, é espírito evangélico prático, essa é a verdadeira sabedoria cristã. E quanta necessidade temos de almas que encarnem esse espírito, que irradiem essa luz em meio a tantas trevas do mundo, trevas de ignorância, de erros e de corrupção! E é aquilo que Jesus quer de todos os cristãos, mas especialmente de nós, sacerdotes e religiosos, tendo sido dirigida a nós de modo todo particular a exortação de Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”. 

    Se tivermos esse espírito, não nos será difícil ver nos pobres, nos velhos, nos doentes, as vivas imagens de Jesus, os prediletos d’Ele; dar o valor que merecem tantos pequenos atos de caridade: dizer uma boa palavra, ter um gesto, um sorriso, prestar um serviço; tantos pequenos sacrifícios, renúncias, desapegos, tantas pequenas mortificações, que poderiam parecer insignificantes, mas que, pelo contrário, são muito eficazes para preservar-nos do contágio e da corrupção do mundo, para conservar e fazer crescer em nós o santo fervor.  (Carta aos Religiosos - Verona, 1º de julho de 1951).
     
    Lembremo-nos que só os Santos santificam, e eles nos ensinam a organizar a vida presente a partir da vida futura, a não perder de vista o céu, para o qual somos feitos, e o prêmio que lá em cima nos espera. Somos inundados pelas maravilhas de Deus, tudo nos fala d’Ele, tudo é dom seu: o ar que respiramos, a luz que nos sorri, o calor que nos aquece, a flor que nos anima, o fruto, as roupas, a casa, tudo é dom seu. Transformemos esses dons em meios para louvar e bendizer a Deus, em degraus para subir até Ele. As almas irão seguir o nosso exemplo, escutarão com mais fé a nossa palavra e, em meio a tantas provações e dores da vida, especialmente nesta hora, saborearão o suave conforto da resignação cristã e orientar-se-ão para Deus que nos criou, que nos redimiu para a verdadeira vida. (Carta aos Religiosos - Verona, 7 de junho de 1945). 
     
    Carrego-te, carrego todos no meu coração, abençoo-te com todos, nunca nos esqueçamos daquelas palavras escritas no relógio, “ruit hora”. Tudo passa logo, o grande chamado se aproxima, que o Senhor nos encontre com as lâmpadas acesas, que é a única coisa importante aqui embaixo. Escreva e veja que tudo esteja em ordem. Só uma coisa pode derrubar a Obra, o pecado. (Carta a Pe. Pietro Giacomini - 1º de setembro de 1944) 
     
    Lembrem-se que tudo passa. “Ruit hora”, vos escreveram lá fora no vosso relógio: o tempo passa, corre veloz. "Praeterit figura huius mundi": tudo passa e vós também partis para a noite da vossa jornada. Oh, que também vós possais ouvir no final da vossa vida aquelas palavras consoladoras: "Servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor". 

    Comprometei-vos: cada um diga: quero muito começar a trabalhar pela minha santificação: "Ego dixi, nunc coepi": já disse, agora quero começar. Porque fazendo assim e somente fazendo isso todos ouviremos no grande dia da prestação de contas, aquela palavra de Cristo: Entra no gozo do teu Senhor. (Carta aos Alunos) 
     
    Humildade, escondimento e paciência são as ferramentas destes homens e mulheres de Deus que, onde não há nada a prometer, sabem trabalhar com humildade e paciência, amando, sem esperar resultados prontos e rápidos, mas vendo em cada gesto uma semente que lentamente brota. Esta tem sido a chave de leitura para minha vida. Se quisermos, podemos defini-lo como um "desperdício de amor" que aparentemente não leva a lugar nenhum, mas com o tempo, mesmo depois de anos, esse amor encontra uma maneira de dar frutos. Com esta perspectiva posso dizer que nenhum esforço ou dor é insuperável. Não precisa ser herói para fazer o bem, basta colocar os próprios talentos a serviço do Pai e saber esperar o tempo de Deus. 

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    Fonte: Jubilee-Book

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