Ensinamentos de Santa Faustina para viver a vocação
Santa Faustina, a Apóstola da Divina Misericórdia passou por muitas provações e adversidades até poder de fato viver a sua vocação e cumprir a missão para qual foi escolhida por Deus.
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26.08.2022 16:50:44 | 6 minutos de leitura

Assim como ela há mais de 100 anos, atualmente muitos jovens enfrentam dúvidas, medos e forças contrárias que os impedem ou levam a negar a própria vocação. Isso é ainda mais forte quando há uma inclinação para a vida religiosa e sacerdotal.
Parece inaceitável alguém querer nos dias atuais abrir mão de viver com todo o conforto e benefícios que a vida moderna trouxe para se entregar a Deus e seguir uma vida com obediência, simplicidade e entrega.
Santa Faustina enfrentou inúmeras dificuldades para abraçar a sua vocação, mas a partir da sua história é possível tirar valiosos ensinamentos. Confira!
# Estar atento ao chamado de Deus
O chamado de Deus para Santa Faustina começou já na infância. Em seu Diário, ela conta que: “Quando eu tinha sete anos ouvi pela primeira vez a voz de Deus na minha alma ou seja, o convite à vida religiosa, mas nem sempre fui obediente à voz da graça. Não me encontrei com ninguém que me pudesse esclarecer essas coisas”.
O desejo de se consagrar totalmente a Deus a acompanhou durante a adolescência, mas perante as dificuldades, por um tempo desistiu da ideia.
Aos 18 anos, isso na década de 1920 a jovem fez um insistente pedido aos pais para que a deixassem entrar no convento, eles porém recusaram. Depois dessa negativa, a jovem passou a viver uma vida de vaidades, não prestando nenhuma atenção à voz da Graça, embora sua alma não encontrasse satisfação em nada disso.
“Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Quando todos se divertiam a valer, a minha alma senti tormentos interiores. No momento em que comecei a dançar, de repente, vi Jesus a meu lado; Jesus sofredor, despojado de suas vestes, todo coberto de chagas e que me disse estas palavras: Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás? Neste momento, parou a música encantadora, não vi mais as pessoas que comigo estavam, somente Jesus e eu ali permanecíamos. Sentei-me ao lado de minha irmã, disfarçando com uma dor de cabeça aquilo que se passava comigo. Em seguida, deixei discretamente os que me acompanhavam e fui à catedral de Santo Estanislau Kotska. Já começava a entardecer, havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar atenção a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir”.
O ensinamento que tiramos a partir dessa passagem é que Deus sempre dá um jeito de se manifestar na nossa vida para que descubramos a nossa vocação. Por isso, é importante estar atento aos sinais.
# Viver a vocação exige renúncia e dedicação
“Então ouvi estas palavras: Vai imediatamente a Varsóvia (Polônia), e lá entrarás num convento. Terminada a oração, levantei-me, fui para casa e arrumei as coisas indispensáveis. Como pude, relatei à minha irmã o que acontecera na minha alma; pedi que se despedisse por mim dos meus pais e assim, só com a roupa que tinha no corpo, sem mais nada vim para Varsóvia”.
A jovem foi acolhida no dia 1º de agosto de 1925 na clausura do convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia. Antes disso, para atender às condições, teve que trabalhar como empregada doméstica numa família numerosa na região de Varsóvia, para dessa forma conseguir o enxoval pessoal.
“Sentia-me imensamente feliz, parecia que havia entrado na vida do paraíso.O meu coração só era capaz de uma contínua oração de ação de graças”
Dentro da Congregação, recebeu o hábito e o nome de Irmã Maria Faustina, isso em 1926.
Foi tentada a deixar essa comunidade várias vezes, mas Jesus lhe apareceu e exortou: “Chamei-te para este e não para outro lugar e preparei muitas graças para ti”.
A partir dessa passagem da vida de Santa Faustina aprendemos que para viver a nossa vocação muitas vezes precisamos fazer renúncias e sacrifícios. Mas tudo vale a pena, pois nosso coração estará alegre e em paz.
# Estar atento a nossa missão
O Senhor escolheu Irmã Faustina para uma missão especial. Depois de atravessar pela “noite escura” das provações físicas, morais e espirituais, a partir de 22 de fevereiro de 1931, em Plock, o próprio Senhor Jesus Cristo começa a se manifestar à Irmã Faustina de um modo particular, revelando de um modo extraordinário a centralidade do mistério da Misericórdia Divina para o mundo e a história – presente em todo o agir divino, particularmente na Cruz Redentora de Cristo – e novas formas de culto e apostolado em prol da Divina Misericórdia. Faustina descreveu esta primeira visão:
“Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. (…) Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós”.
Este fato da vida de Santa Faustina nos ensina que viver nossa vocação significa assumir nossa missão, evangelizar e conduzir o povo para a divina misericórdia do Senhor.
# Confiança no Senhor
Ao longo do Diário descobrimos que Jesus escolheu Santa Faustina como secretária, apóstola, testemunha e dispensadora da Divina Misericórdia. Santa Faustina se entregou, com todo o empenho de sua alma, a essa importante missão, apesar de sentir em si tanta incerteza e incapacidade. Mesmo assim, sua confiança no Senhor sempre foi mais forte.
“Ó Meu Jesus […] vós sois a minha força — sustentai-me, para que sempre cumpra fielmente tudo o que de mim exigis. Por mim mesma nada posso, mas, se Vós me amparardes, nada significam todas as dificuldades”.
O Senhor nunca a deixava sem resposta.
“Não temas. Minha filha, não estás sozinha. Luta com coragem, porque o Meu braço te ampara. Luta pela salvação das almas, exortando-as à confiança na Minha misericórdia, porque esta é a tua tarefa nesta vida e na futura.”
Com o exemplo de Santa Faustina aprendemos que o Senhor não nos desampara quando vivemos nossa vocação. Basta confiar verdadeiramente!
FONTE: Misericórdia
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