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Testemunho Vocacional da Irmã Teresa Colussi

A Irmã Teresa Colussi, Pobre Serva da Divina Providência, contou sua história vocacional em entrevista com a Revista A Ponte, confira!

Testemunhos

10.01.2022 13:30:53 | 5 minutos de leitura

Testemunho Vocacional da Irmã Teresa Colussi

“CARREGO JESUS, SOU DISPOSTA A MORRER, MAS NÃO DEIXO DE AJUDAR A QUEM PRECISA”.

A Ponte: Irmã Teresa poderia nos falar de sua família?
Irmã Teresa: meus pais chamam-se Egídio Antônio Colussi e Irene Bruneta Colussi. Nasci no dia 05 de dezembro de 1942. Éramos quatro filhos, o primeiro morreu e não cheguei a conhecê-lo. A tia Umelinda Colussi ajudava minha mãe e cuidava de mim enquanto minha mãe ia trabalhar na roça.

Lembro de minha falecida nona Teresa Estrada Colussi, que me fez uma enxadinha, com o cabo pequeno, para ir limpar a parreira com a nona, que tinha um vestido comprido, parecia à mãe do Calábria, idêntica, quando vejo a mãe do Calábria me faz lembrar da minha nona. Ela levava um pedacinho de pão e de queijo, sentávamo-nos debaixo de uma árvore, eu comia e ela não.

A Ponte: Irmã como foi o chamado vocacional? A família sempre lhe apoiou? Houve alguma dificuldade ou barreira para dar a resposta?
Irmã Teresa: acredito que escolhi ser irmã ainda no seio de minha mãe. Quando criança ia para Caravaggio com a mãe na missa. Dizia: “quero ser igual às irmãs”, que eram as Irmãs que cuidavam do Santuário. Usavam hábito, babador e véu. Mas meu pai preferia me ver morta mais do que me ver irmã. Se meus pais fossem vivos eu não seria religiosa. Meus pais queriam que eu me casasse e por isso sempre chorava e dizia: “quero ser irmã”. Minha mãe dizia: “não se fala mais neste assunto, Deus sabe”. Quando meu pai faleceu, cheguei para a mãe e disse: “quero ser Irmã!”. Minha mãe respondeu: “você quer me deixar assim? Até que eu viva você não pode sair de perto do meu coração”. Um dia vieram duas irmãs para me buscar, não eram as Irmãs Pobres Servas, mas eu não gostei delas, “com essas irmãs eu não vou” – disse para a mãe.

Minha mãe, que já era magrinha, começou a ficar doente, estava com câncer. Fiquei um mês no hospital com ela. Minha mãe teve que fazer uma cirurgia, era uma cirurgia de risco. Lembro que estava em casa, fazendo almoço, quando vieram me chamar, dizendo que minha mãe estava no fim. Fui até o hospital, chegando rezei a oração do santo Anjo do Senhor e disse para mãe: “vai em paz”, e a mãe morreu. 

Um dia antes de morrer, a mãe disse: “eu vou morrer e você vai ficar na casa com teus dois irmãos: Eugênio e Mario, quando eles casarem você vai encontrar seu lugar”, lembro-me disso todos os dias. 
Depois que meus dois irmãos se casaram, arrumei as malas e  fui trabalhar no Seminário Apostólico Nossa Senhora de Caravaggio – Farroupilha/RS. Quem me recebeu foi o Padre Caetano, que disse: “entra Irmã”, nunca me chamou de Tereza, sempre de Irmã. Era responsável por trabalhar na cozinha alimentando 126 pessoas. 

Passando um tempo de experiência, recebi uma ligação com uma oferta de trabalho: “Ali onde você está, você só ganha um salário, você merece ganhar mais”. Eu disse: “não estou pelo dinheiro, mas estou aqui para ver se posso ser Irmã, mas como já tenho idade avançada (30 anos na época), não sei se ainda vou poder ser”. Nisso Padre Caetano estava escutando. E eu continuei falando ao telefone e disse: “agora vem as férias e eu vou para casa. Em Caxias abre uma Congregação de 10 meninas adultas e eu já me escrevi”. Padre Caetano colocou a mão no meu ombro e falou: “o que é isso Irmã Teresa? Você pode ser Pobre Serva!” 

Padre Caetano falou com a Madre Gema Tibaldo, e depois a Irmã Gemma Consolaro veio me buscar e levou-me para Mater Dei. A partir daí entrei com as Irmãs Pobres Servas da Divina Providência na casa de formação em Farroupilha/RS. 

Frase inspiradora: 
“Jesus é meu amor, eu confio em Ti”. 
“Deus é amor. Deus para mim é tudo, sem Ele eu não faço nada”. 

A Ponte: Poderia partilhar conosco alguma lembrança significativa de sua missão?
Irmã Teresa: possuo duas lembranças significativas: uma na comunidade Mater Dei, na missão realizada no bairro Industrial aonde três vezes na semana, ia a pé, levando roupas e comidas. Às vezes tinha um taxista que me oferecia carona, mas um dia o mataram. As pessoas diziam para que eu não voltasse mais por lá, porque iam me matar. Eu respondi: “carrego Jesus, sou disposta a morrer, mas não deixo de ajudar a quem precisa”. Nesse tempo também acompanhava 30 famílias com visitas da capelinha de Nossa Senhora. Sou Feliz e realizada, posso morrer e estou preparada, porque o bem que pude fazer eu fiz de coração e sinto que Deus me amou e continua me amando.

A outra lembrança foi em Taquarussu/MS onde visitava as famílias nas fazendas e levava a comunhão. Um dia dei tudo o que tínhamos na dispensa, depois chegou uma senhora chamada Terezinha, que trouxe uma galinha, 3k de costela de porco, e 5 kg de arroz, eu tinha dado tudo e a providência veio. A missão foi muito bonita e a providência sempre presente.

A Ponte: O que é ser Religiosa Pobre Serva da Divina Providência? 
Irmã Teresa: Ser disposta a tudo! Ir aonde ninguém quer ir! Com sentimento de alegria, de que tudo o que fiz foi por amor, e sinto que Deus também me amou. 

Lugares onde a Irmã Teresa desempenhou sua missão: 
Seminário Apostólico (Farroupilha/RS);  
Casa Mater Dei (Farroupilha/RS); 
Taquarussu (MS);
Anaurilândia (MS); 
Porto Alegre (RS); 
Quixadá (CE); 
Porto Alegre (RS); 
Atualmente na Mater Dei.





Fonte: Revista A Ponte, Ed. 4,2021.
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