Testemunho Vocacional da Irmã Gloria Dolzani, Psdp.
Na data de 1º de janeiro de 1986, como uma esposa preparada para a festa nupcial, entreguei a minha vida ao Senhor com a consagração religiosa, que para mim foi uma Aliança definitiva com o Senhor. No profundo do meu coração, quando pronunciava as palavras da consagração no dia da profissão, nasceu este pensamento: “Senhor, para sempre! Se não for assim leva-me contigo”.
Testemunhos
10.09.2021 16:20:18 | 4 minutos de leitura

Lema “Ser canal onde a graça de Deus pode passar”.
Sou irmã Gloria Dolzani, nasci
na Argentina no dia 24 de março
de 1963. Toda minha história
vocacional parte do desejo de dar
uma resposta a um sentimento
muito profundo: “que será
que Deus quer de mim?”. Era
uma jovem de 17 anos quando
senti, muito forte, o apelo que
o Senhor me chamava. Não foi
fácil compreender este grande
Mistério. Sentia no profundo do
meu ser que o “tudo” que tinha
era um “tudo” somente aos olhos
humanos, mas Deus me pedia
outra coisa. Procurava escutar a
Sua voz, o Seu chamado, não me
deixava tranquila.
Foi um tempo de luta interior,
período de profunda oração,
onde desejava que chegasse à
noite para poder rezar e estar
unida a Deus e escutá-Lo. A
primeira resposta a este chamado
foi no retiro de catequistas:
entrei “gritando”: “mostra-me,
Senhor, os teus caminhos”.
Coloquei-me à disposição
de Deus deixando que a Sua
vontade se cumprisse em mim.
Foi aí mesmo, no silêncio mais
profundo, onde humanamente
me senti despojada de tudo,
sentada em uma pedra, onde
compreendi que Deus tinha um projeto diferente. Tudo mudou na
minha vida, o que era precioso foi
se tornando um lixo.
A minha vida mudou! E como
dizer à família? Não precisou
dizer, não precisaram palavras,
eu tinha mudado, minha família
compreendeu que o meu
chamado era a vida consagrada.
Onde? Não sabia que existiam
as Irmãs Pobres Servas, mas de
uma forma misteriosa entrou
na minha vida o Padre Martino
Zanni que me acompanhou com
muita persistência até o ponto de
convencer os meus pais.
Deixei a minha família, “gritando
forte pra não chorar”; senti muito
deixar minha família, minha
pátria, mas uma força interior me
acompanhava. Comecei a fazer
parte desta grande Família no
ano de 1983, deixando a família, amigos e a comunidade que já era parte da minha vida. Foi um
grande desafio, mas me senti apoiada pelas palavras do profeta
Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir”.
Depois de poucos dias da consagração, Deus me chamou para
abrir a missão na África. Uma nova presença neste continente
- que estava em guerra. Confesso que tinha um grande desejo
missionário e que nada tirou a alegria de partir para esta missão.
Neste tempo aprendi a viver abandonada à Divina Providência e
que para viver e ser feliz precisa de muito pouco. Posso dizer que
foram anos de graça.
Uma outra etapa de minha
vida foi a missão na Itália,
onde por 17 anos estive entre
as Casas-Mães da Obra, dos
Irmãos e das Irmãs. Foi uma
experiência forte do carisma,
da Espiritualidade Calabriana,
poder tocar com as mãos as
raízes da Congregação.
Desde o final de 2009
estou na América Latina.
A minha missão é muito
ampla, atuando no caminho
formativo do noviciado, no
Santuário de Caravaggio, nos
grupos calabrianos, e nas
ações sociais do “Serviço de
convivência e fortalecimento de vínculos São João Calábria”,
e hoje encaminhando o centro
“Bom samaritano” para dar
alimentos aos moradores de
rua. Coloco-me assim com
simplicidade na construção
do Reino de Deus, buscando o
bem das pessoas que o Senhor
me confia diariamente.
Importante destacar que
carrego na minha vida de
consagrada e sinto fortemente
a presença de Deus Pai, que
está presente e conduz a
minha vida, o abandono na
Providência e a grandeza de
fazer parte da grande Família
Calabriana.
Ser consagrada Pobre Serva é viver uma
sinergia com Deus Pai Providente, é cultivar um
coração apaixonado pelos pobres e gastar a vida
pelo Reino de Deus, sendo profeta do “tempo”
de hoje e redescobrir cada dia a dimensão social
da Eucaristia, acolhendo e sendo providência
para a humanidade de hoje.
O ser Pobre Serva é o maior Dom que recebi,
porque me permite viver na presença de Deus
Pai providente diariamente, de viver o carisma e
a espiritualidade Calabriana que me apaixona,
e de sentir a presença de Deus em cada instante
de minha vida. Sinto e vivo a vocação como um
dom grandíssimo de Deus, um chamado que
me leva diariamente e à transcendência infinita de Deus.
Foi um tempo de luta interior,
período de profunda oração,
onde desejava que chegasse à
noite para poder rezar e estar
unida a Deus e escutá-Lo. A
primeira resposta a este chamado
foi no retiro de catequistas:
entrei “gritando”: “mostra-me,
Senhor, os teus caminhos”.
Coloquei-me à disposição
de Deus deixando que a Sua
vontade se cumprisse em mim.
Foi aí mesmo, no silêncio mais
profundo, onde humanamente
me senti despojada de tudo,
sentada em uma pedra, onde
compreendi que Deus tinha um projeto diferente. Tudo mudou na
minha vida, o que era precioso foi
se tornando um lixo.
A minha vida mudou! E como
dizer à família? Não precisou
dizer, não precisaram palavras,
eu tinha mudado, minha família
compreendeu que o meu
chamado era a vida consagrada.
Onde? Não sabia que existiam
as Irmãs Pobres Servas, mas de
uma forma misteriosa entrou
na minha vida o Padre Martino
Zanni que me acompanhou com
muita persistência até o ponto de
convencer os meus pais.
Deixei a minha família, “gritando
forte pra não chorar”; senti muito
deixar minha família, minha
pátria, mas uma força interior me
acompanhava. Comecei a fazer
parte desta grande Família no
ano de 1983, deixando a família, amigos e a comunidade que já era parte da minha vida. Foi um
grande desafio, mas me senti apoiada pelas palavras do profeta
Jeremias: “Tu me seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir”.
Fonte: Revista A Ponte. Ed. 03, 2021.
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