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Que todos sejam um: uma conversa sobre o Ecumenismo – TEOLOGIA

Importante salientar que o empenho ecumênico não se desenvolve somente na forma pastoral, mas também teológico, ambos necessitam de organização para favorecer o diálogo sobre as diferenças doutrinais e iniciativas de cooperação, oportunizando o processo de unidade.

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27.02.2024 08:00:00 | 3 minutos de leitura

Que todos sejam um: uma conversa sobre o Ecumenismo – TEOLOGIA

Padre Rafael Pedro Susrina, psdp

Na perspectiva cristã, a busca pela unidade tem fundamentação teológica. Não é uma criação humana e muito menos propriedade terrena, mas reflexo do eterno: Deus Uno; que concede como objetivo à humanidade a comunhão Nele – perfeita unidade. Todavia, percebem-se as fragilidades da humanidade nesse percurso e principalmente o que a fez chegar no estado atual.

Por isso, constatar que antes do Concílio Ecumênico Vaticano II há um ‘vazio ecumênico’ não é, de todo mal, errado. Pois, sendo a Igreja universal, havia duas direções no caminhar: uma que salientava o conteúdo e outra a forma. No conteúdo afirmava que o mistério cristão estava presente somente nos dogmas Católicos; e a forma definia que a explicação dos mistérios só poderia acontecer pela racionalidade da fé, conforme a Teologia Católica. Ou seja, as Igrejas cristãs separadas eram consideradas, quase de forma total, como heréticas, ‘seitas’, além de que suas ações não podiam servir para a graça salvífica, e essa compreensão impossibilitava o início de qualquer diálogo. Elias Wolff (2002, p. 157) apresenta três características principais presentes no período histórico antes do Concílio:

rejeição, pois as doutrinas protestantes e anglicanas são consideradas inverdades no seu conteúdo, e falácia na sua exposição. [...] de indiferença, não há por que se preocupar com o diálogo doutrinal, pois ele já está acontecendo em outros ambientes, e os resultados obtidos até o momento não são muito animadores; de reducionismo, o que importa é incentivar a cooperação em iniciativas pastorais, o que pode acontecer com um mínimo de acordo doutrinal ou até mesmo apenas pela sensibilidade social da fé cristã.

Felizmente essas características, oficialmente, não são mais presentes, pois passos foram dados e continuam sendo trilhados, mas ainda é possível encontrar cristãos que defendem tais posturas. Importante salientar que o empenho ecumênico não se desenvolve somente na forma pastoral, mas também teológico, ambos necessitam de organização para favorecer o diálogo sobre as diferenças doutrinais e iniciativas de cooperação, oportunizando o processo de unidade. Assim, abre-se o percurso para conhecer alguns dos pontos teológicos que são de impedimento à plena unidade: o Ministério Ordenado, a Eucaristia, e a Virgem Maria.

Acompanhe a série de artigos:
Que todos sejam um: uma conversa sobre o Ecumenismo.
Que todos sejam um: uma conversa sobre o Ecumenismo - HISTÓRIA.
História: precedentes do Concílio Ecumênico Vaticano II.
História: Decreto Unitatis Redintegratio do Concílio Ecumênico Vaticano II.
História: período Pós-Conciliar: Carta Encíclica Ut Unum Sint

No próximo artigo iniciaremos a parte Teológica do Ecumenismo:
1. Ministério Ordenado
2. Eucaristia

Referências bibliográficas
JOÃO PAULO II (Papa). Carta encíclica “UT UNUM SINT”: sobre o empenho ecuménico. Roma: Libreria Editrice Vaticana, 1995. 
NAVARRO, Juan Bosh. Para compreender o ecumenismo. São Paulo: Edições Loyola, 1995. 239 p.
WOLFF, Elias. Caminhos do ecumenismo no Brasil: história, teologia, pastoral. São Paulo: Paulus, 2002. 456 p.

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