25 anos de milagres no Hospital Divina Providência

No dia 26 de agosto, Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo da Arquidiocese de Belém, presidiu a Santa Missa por ocasião da celebração dos 25 anos do Hospital Divina Providência de Marituba. Leia a homilia na íntegra:

"Caríssimos irmãos, caríssimas irmãs,

A visão que me vem neste momento, para refletir com todos vocês, passa por um desejo que todos nós poderíamos ter no coração, de chegar até alguma criança nascida hoje, quem sabe, uma mãe que tenha dado à luz, ou aquele enfermo mais simples, mais pobre que esteja aqui neste Hospital da Divina Providência, neste dia. O primeiro olhar desejaria que fosse aos últimos, aos mais simples, aos mais pobres. O olhar que chegue à razão de ser desta casa. 

O segundo olhar que me vem: pensar em todas as pessoas que estão aqui, todos nós somos um pouco doentes, todos nós nos sentimos aqui curados. Tudo aquilo que pode haver em outro hospital, existe aqui também. No entanto, aqui existe alguma coisa diferente, uma graça especial. Eu peço que todos tenham isso dentro do seu coração, todos tomem consciência de que estão aqui em uma casa de cura, de restauração, uma casa que refaz a vida física, emocional e de forma toda especial espiritual. Desafio quem trabalha aqui, funcionários, médicos, pessoas que trabalham em qualquer área, desafio todos vocês, se for possível, ouvir experiências das pessoas aqui presentes, se vocês chegando aqui e voltando para casa depois do trabalho, se o vento da Graça de Deus não tocou em você. Tenho certeza absoluta, tudo aquilo que se ouve das pessoas que por aqui passam, dá testemunho daquilo que nós experimentamos nesta casa.

Terceiro ponto de reflexão: conhecer Dom Aristides Pirovano, eu ainda era seminarista, ver a figura de Marcelo Cândia visitando o seminário onde eu me encontrava, me vejo com os olhos brilhando ao ver aquele leigo apostólico, zeloso, que sonhava alto, sonhava longe, como poderia imaginar que hoje, já há 12 anos, estaria como arcebispo de Belém dando graças a Deus por tudo que aconteceu. 

E a certa altura os Pobres Servos da Divina Providência entraram nessa história, e esse se chama Hospital da Divina Providência. E vocês sacerdotes, religiosos, vocês por tudo aquilo que nasceu, também na parte feminina: as Irmãs, vocês se dizem, e quero colocar em relevo, efetivamente, são Pobres Servos, servidores da Divina Providência. E não tem jeito de explicar esse Hospital e tudo aquilo que aqui acontece de presença social, de presença de promoção, de presença caritativa, não tem jeito de explicar isso, a não ser por uma manifestação que eu vou chamar, exagerada, da Providência de Deus. Vocês sabem quanta luta esses anos todos significaram, vocês sabem quanto esforço foi feito e vamos dizer: um milagre atrás do outro, porque houve momentos em que humanamente era para alguém dizer não dá mais para levar para frente. Só que esse chão é sagrado, este lugar que nós estamos pisando é sagrado. Sagrado por causa do amor aos pobres, sagrado porque é território de Igreja, sagrado porque é uma expressão, talvez a mais significativa, do serviço aos pobres e enfermos na Arquidiocese de Belém. Mas é sagrado por causa de um carisma, o que é um carisma? Um carisma é um dom que Deus entregou a uma pessoa ou mais pessoas para o serviço dos outros, que vão saber que os Pobres Servos receberam um dom que neles se encontra, mas não é para o próprio uso, é para os outros. Carisma é dom de Deus que é oferecido à Igreja e ao povo de Deus através de pessoas que receberam esse dom e que o fazem se desenvolver, crescer, multiplicar as suas ações. 

Vocês são Pobres Servos da Divina Providência e se colocam debaixo do manto de Nossa Senhora, mãe da Divina Providência, por isso que eu fiz questão que as orações e as leituras fossem da missa de Nossa Senhora Mãe da Divina Providência. Por quê? A esta Mãe nós queremos confiar o que hoje é inaugurado, todo esse serviço de ampliação dos serviços de maternidade, mas também todos os sonhos. 

Agradeço-lhes a conversa que tivemos nestes dias, quando eu pude entrever junto com vocês tantas coisas pensadas para o futuro desse Hospital e com a presença dos Pobres Servos aqui em nossa Arquidiocese. Quero confiar tudo isso nas mãos de Nossa Senhora Mãe da Divina Providência aquela Mãe, quando parece que tudo está difícil, quando parece que acabou o vinho, acabou a graça da festa, essa Mãe, certamente foi para cozinha, fora, fazendo uma pergunta assim: posso ajudar em alguma coisa? E aí descobriu que precisava mais vinho.

Primeiro milagre de Jesus não foi a cura de um enfermo, o primeiro milagre de Jesus foi a alegria. Alegria dos noivos, e ali se colocava presente, exatamente, o grande casamento de Deus com o seu povo as bodas de Caná expressam, justamente, esse tempo novo do casamento de Deus com o seu povo e o esposo, esposo Jesus, o esposo da humanidade da Igreja, ali estava presente. E Nossa Senhora faz acontecer o milagre. 

Desejo que esta seja sempre uma casa de muitos milagres, muitos milagres. Milagre da nossa conversão, milagre da nossa vida com Deus, milagre da cura dos enfermos, milagre da alegria, milagre da presença deste carisma, pelo qual eu quero agradecer muito ao governo da Congregação aqui representado. Deus lhes pague, porque vocês estão presentes. Deus lhes pague por esse serviço precioso em nossa Igreja. Saibam que vocês são muito queridos, entre nós, e que o Espírito Santo continue a conduzir tantas outras e muitas iniciativas de serviços aos mais pobres. E estamos juntos nesse esforço. Deus nos abençoe. 

Aproveito para saudar a senhora prefeita que acaba de chegar, bem vinda entre nós, que a sua presença também seja uma expressão do reconhecimento da sociedade e tudo aquilo que significa o Hospital da Divina Providência. O Município de Marituba, tem um Hospital que ninguém tem, em nenhum outro lugar do estado tem um Hospital desse jeito; nenhum outro lugar do estado tem um Hospital com a unção, com a dedicação, com o amor que nós encontramos aqui. Você como prefeita, sei de sua alma e sua disposição. Que essa sua presença signifique uma valorização dessa realidade. E diante de Deus eu peço que Ele demande todo o apoio, que for possível, para que esta obra continue sendo esse serviço precioso ao povo de Marituba e de toda a nossa região. Deus abençoe a todos. 

Caríssimos irmãos, um momento de silêncio, cada um de nós vai perguntar o que o Espírito Santo vai gravar em nosso coração como fruto dessa Santa Missa."