Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando você concorda com a nossa política de privacidade
Aceitar Cookies
Recusar Cookies
 
  •  
     

    12º Capítulo Geral: um ano depois

    Estamos completando um ano desde os nossos 12º Capítulos Gerais, mais que fazer avaliação do que fizemos ou deixamos de fazer, queremos oferecer a todos um belo presente de aniversário: uma reflexão, que o nosso Superior Geral, Padre Massimiliano Parrella fez em nossa Assembleia Geral em Farroupilha, no mês de janeiro deste ano.

    Notícias

    29.05.2023 08:40:56 | 9 minutos de leitura

    12º Capítulo Geral: um ano depois

    Em sua fala, o Casante, nos desafia a vivermos o espírito puro e genuíno da Obra a partir de três pontos principais: responsabilidade e providência, a nossa vocação calabriana e o serviço aos pobres, como expressão de três disposições fundamentais: responsabilidade, boa vontade e criatividade.

    Leiamos e reflitamos sobre o que nos oferece o Casante:

    “Um primeiro ponto, que gostaria de abordar, é sobre responsabilidade e providência.  Hoje quero chamar a atenção de todos vocês para o conceito de responsabilidade e providência, porque ligado ao discurso de espírito puro e genuíno está o conceito de responsabilidade. Todos nós somos responsáveis pelo espírito da Obra, não só o Casante. Devemos juntos sentirmo-nos responsáveis e guardiães do dom que foi dado a São João Calábria. E juntos devemos trabalhar para que este dom se difunda. Por isso verdadeiramente convido vocês e vos encorajo a acreditarem e trabalharem para difundirem o nosso espírito. 

    Um segundo ponto, a nossa vocação. Nossa vocação antes de tudo é aquela de sermos irmãos e irmãs. Daí a importância de vivermos a nossa vocação a partir da fraternidade. Não somos sacerdotes, irmãos e irmãs. Somos irmãos e irmãs e pronto! O sacerdócio é uma vocação, que está dentro do ser irmão, não é uma outra vocação, a vocação é sermos irmãos. Não devemos nos esquecer que a nossa vocação é vivermos a fraternidade. Mas em muitas situações e não tão raro se vive um espírito de fofocas, que é exatamente o contrário da vivência da fraternidade. Vejam só o que disse o Papa durante o Angelus: “um cristão não julga com dureza e não divide. A fofoca mata o amor, a fofoca mata a nossa fraternidade”. E a isto, que disse o Papa, acrescento uma outra coisa: a fofoca cancela a nossa identidade de filhos e filhas de Deus e de irmãos e de irmãs entre nós. Por que devemos jogar fora nossa identidade, se a nossa beleza está exatamente em sermos irmãos e irmãs que vivem juntos? Sendo assim, me parece que o conceito de Família Calabriana seja apenas teoria. Família Calabriana, não é só nos momentos que vivemos juntos, fazemos um logo, realizamos um capítulo e já somos esta Família. Na verdade, nos tornamos Família Calabriana quando vivemos como família. E aqui, precisamos ter um pouco de responsabilidade. A pergunta é: estou mesmo ajudando na vivência da fraternidade?

    Na experiência que fiz de acompanhamentos, dei-me conta, que somos bons em propormos coisas para os outros. Na paróquia, nas confissões, muita gente ao invés de confessar os seus pecados, confessa, o pecado dos outros. Minha sogra fez isso, meu sogro fez aquilo, e eu lhe perguntava: e você, o que fez? Estamos sempre prontos a olharmos o que fazem os outros, mas temos muita dificuldade em olharmos aquilo que está dentro de nós mesmos. Por isso, devemos nos olhar e perguntar: eu, de verdade, estou construindo a fraternidade na minha Delegação? 

    Eu tenho um desejo: “QUE EM NOSSAS COMUNIDADES, NOS TORNÁSSEMOS AMIGOS”. Eu sei que é difícil sermos amigos. Os irmãos e as irmãs acontecem na minha vida, mas os amigos, eu os escolho. Então, escolhamo-nos! Ser amigo é algo grandioso, é mais que ser fraterno. Dentro da amizade, está a fraternidade, mas nem sempre na fraternidade existe a amizade. Muitas vezes, a fraternidade é feita só de respeito, enquanto na amizade existe o amor, e é isto, que o Evangelho nos convida a fazer. É isto que São João Calábria nos convida a sermos. Um amigo ou uma amiga, eu os defendo sempre, lhes ajudo, cuido-os, dou a minha vida por ele, por ela, certamente não falo mal deles, porque um amigo ou uma amiga, são outro eu, essa é a escolha. E é isso, que nós devemos chegar a sermos. Pode ser um sonho, mas incluam isso entre os sonhos, pois gostaria que este não fosse só um sonho do Casante, mas o sonho de todos, porque assim se realizará de verdade a fraternidade.

    Falemos abertamente. Muitas vezes estamos mal, porque não estamos bem no lugar em que estamos morando, sofremos no lugar onde vivemos, mas não nos damos conta, que fundamentalmente aquilo que nós vivemos é aquilo que nós somos e que muitas vezes torna impossível a vida onde estamos. Sempre dizemos, que são os outros, que fazem a vida impossível entre nós, por isso devo perguntar, quanto esforço fazem os outros para conviverem comigo? Então não se trata só de acolhermo-nos e nos suportarmos, precisamos dar um passo a mais, precisamos aprender a nos querer bem. Temos dificuldade em fazê-lo, assim como também temos dificuldade em dizer-nos. Mas para viver fortemente a vida espiritual, não podemos anular a nossa humanidade, do contrário, nos tornamos espiritualistas. Se fôssemos anjos, isso seria muito bom, mas estou seguro, que aqui não há nenhum anjo, a começar por mim. Portanto, precisamos colocar todo nosso empenho para construirmos a nossa amizade na fraternidade.

    Um terceiro ponto, o serviço aos pobres. Faço-vos um convite: estejamos com os pobres, permaneçamos com eles, vivamos com eles. Façamos com que a nossa vida seja um olhar que os acolhe, mais ainda, um olhar que os cura, braços que os abraçam e os apertam com força. Sejamos pernas que caminham e fazem estrada com eles. Façamos de modo que as nossas palavras, sejam sempre de encorajamento, sustento, e que se tornem para eles, a possibilidade, que parece não terem. Alguém ao interno das comunidades precisa fazer a função de diretor, mas não tenhamos medo de ter responsabilidade, não nos serve uma função para estar com os pobres. A função faz parte da organização e deve ter alguém, porém, eu não devo desejar ter uma função, para permanecer com os pobres. Estar com os pobres é uma escolha pessoal e comunitária. 

    Uma coisa que gostei muito é ver que aqui no Brasil, se trabalha muito com os jovens. Eu, por onde passo, estou convidando toda a Obra, para que volte a trabalhar com os jovens. Não podemos esquecer de onde começamos. Não podemos cair na nostalgia do passado, mas também não podemos esquecer nossa história. A nossa história nos permite olhar para o futuro. Devemos olhar para frente e não para trás. Olhar o que podemos fazer e não o que fizemos. Ainda temos muito por oferecer.

    Convido vocês a colocarem os pobres no centro de nossa Obra. O Padre Calábria fez uma escolha e tanto, escolheu os pobres e a eles ofereceu o tesouro da Paternidade de Deus; e este tesouro, hoje está em nossas mãos. Façamos de modo, que este tesouro, que é a Paternidade de Deus, possa ainda se espalhar e chegar sobretudo, lá onde não há nada que se esperar. E assim, possam os pobres voltar a ser o centro das nossas missões. Estou certo, que se voltarmos a viver esses aspectos, o Senhor abençoará a Obra com novas vocações, porque a Obra é para os tempos atuais. Não sei se já disseram isso para vocês: “o nosso carisma é o melhor de todos”, e me explico, Deus quis, que nos encontrássemos, conhecêssemos e abraçássemos este carisma. Portanto, Deus decidiu, que este carisma é o melhor para nós. E nós somos chamados a vivê-lo até o fim, dando a própria vida dentro da Obra. E quando digo isso, não estou brincando, eu acredito mesmo nisto. Dar a vida é colocar a Obra acima de nossas necessidades e de nossos interesses, penso que nem todos têm a Obra como prioridade, às vezes colocamos nossos interesses, necessidades e paixões antes da Obra. A Obra deve estar antes de tudo. Devemos amá-la porque ela não é só a nossa família, mas é também a nossa vida.

    Agora, sobre as vocações, estou convencido que devemos trabalhar muito mais. No passado, as vocações chegavam até nós, hoje, precisamos procurá-las de maneira muito mais séria. Porque procurar uma vocação, é procurar a continuidade da Obra, a continuidade da minha vida e isso é muito importante. Precisamos cuidar de adolescentes e jovens e lançarmos sementes de vocação. E aqui eu pergunto: quando um jovem nos procura, o que lhe oferecemos? O que lhe apresento? O espírito puro e genuíno? Ou dizemos: olha, a Obra vive de providências, quando tem um problema, basta ligar para o ecônomo geral que ele resolve? Ou lhe apresentamos a nossa fraternidade: olha este irmão, aquela irmã é assim, assim, é assado/a fica esperto? Ou apresentamos nosso serviço aos pobres: os pobres são importantes, mas devem ficar longe de mim? O que de verdade apresentamos aos jovens? Esta é a pergunta.

    Queremos que as vocações se aproximem de nós e se enamorem. Se enamorem do quê? Estou convencido se nós começarmos a vivermos o espírito puro e genuíno, a nossa fraternidade, a missão com os pobres com responsabilidade, o Senhor abençoará a Obra com muitas vocações.

    Agora para nos justificarmos, dizemos, os tempos mudaram, não existem mais vocações. Em Roma, tem muitos jovens nos seminários. Como assim, só tem vocações para um lado, como funciona? Se os franciscanos têm vocação, então aqui o discurso é a responsabilidade. No livro de Jó está escrito: “o Senhor dá, o Senhor tira, bendito seja o Nome do Senhor”. Atenção como vivemos. Temos uma responsabilidade. O carisma é um dom que o Senhor nos deu, mas pode também tirá-lo. Não seremos a única Congregação que morre, que termina. As coisas não são eternas, dependem de como nós as vivemos. Eis porque digo que é uma questão de responsabilidade. Atentos ao que dizia o Padre Calábria, “a Obra é para os tempos atuais”. Hoje, mais que nunca, precisamos apresentar a figura de Deus Pai. Neste mundo, onde não existem mais pais, Deus Pai se torna fundamental, e se traduz em nosso estilo de vida, em nossa fraternidade e em nossa missão. Para isso, são necessárias três disposições importantes: a responsabilidade, a boa vontade e a criatividade. Com estas três coisas, vos convido a serem a Obra em todo mundo. Obrigado!"

    Vídeos com algumas recordações. cliquei aqui e assista no Youtube.

    Mais em Notícias
     

    Copyright © Pobres Servos da Divina Providência.
    Direitos reservados, acesse a política de privacidade.